A história de amor que não começa com: "Era Uma Vez"

Início clássico nas histórias e contos de fadas, o “Era uma vez” foi frequente na infância de qualquer um. Entretanto, hoje eu quero lhe contar uma história que não começa assim, todavia não deixa de ser romântica e tampouco tem o “encantamento” dessas outras. É a história real e verdadeira da essência do Amor, não o amor Eros entre o homem e a mulher, mas o Amor sacrifical e incondicional de um Deus por sua criação. Essa é a mais linda história que a humanidade poderá conhecer e não haverá nenhuma outra com a plenitude dela, pois é o próprio Amor que a escreveu, e nela não somos apenas leitores, mas integrantes de seu enredo.

Ela não começa com “Era uma vez”, mas com:
“No princípio criou Deus o céu e a terra” (Gn. 1.1).
Em um lugar vazio, escuro e sem nada pairava o espírito de um Rei e Ele era Deus. Cansado daquele abismo decidiu pôr um fim na escuridão, dando inicio à criação. Criou primeiro a luz, para se separar das trevas, após os céus, os mares e a terra. Então os seres viventes, cada animal e ave com todas suas singularidades e segundo suas espécies, abençoados e com a ordem para multiplicarem-se, foram criados. Assim aconteceu também na criação de toda erva verde e toda árvore. Esse doce Criador se alegrava ao ver cada coisa dizendo “Isso é bom!”.
Depois disso, quando já não havia trevas e as cores já haviam tomado o lugar da escuridão, dedicou-se a criação do último ser. O último dia de “obras” foi exclusivo para a criação do homem. Requereu essa exclusividade devido à sua complexidade, pois não seria igual aos outros seres, mas o único feito à imagem e semelhança do Autor. Como matéria prima usou o barro, porém como diferencial soprou em suas narinas o seu Ar, dando-o não apenas vida, mas também sua partícula tornando assim o ser com a essência do criador.
Ao homem deu o domínio de toda a criação. Com grande apreço e amor fez com que seu maior desejo se realizasse: ter uma comunhão intima e pessoal com ele. Eram amigos, pai e filho, Criador e criatura.
Deu forma a todas essas coisas não só para si, mas também para o homem. Deu a este o direito de nomear todos os animais e desfrutar o sabor de todos os frutos, privando-o somente de uma árvore que se encontrava no meio do jardim, uma entre milhares. Diante de tantos privilégios, do homem pediu apenas adoração, comunhão e nada mais que amor e confiança.
Conhecedor de todas as necessidades daquele que Ele criou, antes que Adão sentisse Deus o viu só e decidiu que, a Adão lhe seria bom ter uma companheira que o auxiliasse poupando-o da solidão. Então, enquanto Adão fazia o que lhe foi ordenado Deus lhe planejou mais uma dádiva, no entanto antes de conceder-lhe tal coisa, fez nascer dentro dele o desejo de ser acompanhado. O Senhor faz tudo perfeito! Adormeceu o homem e da sua costela formou sua mulher, não igual porem com os mesmos detalhes e cuidados que lhe formara. A formou à imagem e semelhança de Deus.
Quando o Senhor lhes apresentou o coração de Adão exaltou: “Essa sim é ossos dos meus ossos!” que na verdade dizia: essa sim é semelhante a mim! Foi linda a cena da primeira família se formando: Deus, Adão e Eva. Havia neles a mesma essência porque Adão tinha o amor de Deus assim como Eva, mas também eles eram ligados por Eva ser a extensão de seu corpo. Deus, o próprio Amor os uniam e era a base, portando o cordão de três dobras foi formado com a comunhão que Deus se alegra, a íntima e pessoal.
Um lindo jardim, uma perfeita comunhão e toda criação unida por Amor, visto que tudo era perfeito conforme a vontade daquele que é Soberano. Tudo muito bom, contudo alguém os observava com inveja e possuído de tudo de ruim que pode existir: Um anjo caído, um ser que experimentou da Glória, todavia quis ser mais que o Primeiro. Criatura que desejou ser melhor que o Criador e caiu, perdendo sua essência divina que também o levou a ter sua decadência decretada eterna, de modo que seu objetivo agora era destruir aquele lindo cenário.
Um dia ao caminhar pelo jardim Eva é surpreendida pela serpente astuta, que ela lhe fala:
- Ora, então vocês podem desfrutar de tudo que tem aqui não é mesmo? Todos os frutos? Eva então lhe reponde:- Sim... Na verdade há apenas uma árvore a qual não podemos comer seu fruto, mas de todas as outras podemos comer.
 A abordagem inicial de Satanás não foi para negar, mas para enganar; não para levar à desobediência, mas para causar dúvidas. Satanás chega até Eva como um questionador. Ele distorce deliberadamente o mandamento de Deus, mas de maneira a sugerir “Posso estar errado, assim, corrija-me se estiver enganado.” A serpente usa vários argumentos que despertam em Eva o mesmo desejo que esse anjo caído teve que foi de se tornar igual a Deus. Eva então prova do fruto como também o dá ao seu marido Adão. Apesar de ter sido uma cobra real, este animal fora usado pelo inimigo da alma deles, o invejoso anjo caído.
A partir desse momento a criação perfeita, que recebeu a aprovação de Deus como sendo boa, também tem sua queda. Notemos, então, em referência à queda que as estratégias de Satanás levaram ao pecado da raça humana e às graves consequências dessa desobediência.
A doce inocência foi perdida para sempre. Conhecidos agora eram o bem e o mal, porem não como uma forma intelectual, mas sim com intimidade, habilidade. Portanto, não só não podiam encarar um ao outro como o faziam antes, mas eles temiam encarar a Deus, tanto é que quando Ele veio para ter a doce comunhão com eles, esconderam-se de medo. A comunhão ora perfeita fora quebrada, pois o Santo dos Santos não tem parte para com o mal.
O casal fora lançado fora do jardim e sofreram a corrupção de sua natureza, a qual lhes trouxe ao mesmo tempo morte natural e espiritual. Esse foi só o começo da degeneração humana. Agora não somente o Amor de Deus os acompanharia, mas também sua justiça: “Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder.” (II Ts. 1:9). Esta separação não foi imposta por Deus, mas foi introduzida pelo próprio homem.
Satanás pensou que tinha ganhado, ora a criação perfeita estava manchada com o pecado e sua sujeira, o que a afastaria de Deus. Achou que o elo chamado comunhão nunca mais seria restituído. Mas só pensou.
 Algo deveria ser feito para trazer redenção e restauração, pois o pecado do homem virou a criação de Deus às avessas. Sua salvação não viria instantaneamente, mas no tempo certo; não com facilidade, mas através da dor - mas viria. Eles deveriam confiar Nele para alcançá-la, pois há pecado, e há julgamento, porém o capítulo está entrelaçado com graça. Deus buscou os pecadores e os sentenciou também, mas com a promessa da salvação por vir através de seu filho Jesus que destruiria Satanás.
O Príncipe da Paz veio para acabar de vez com o império de Satanás. Como uma segunda chance, na verdade muito mais, como O Caminho, a Verdade e a Vida, para que o homem reatasse com Deus a comunhão e tivesse a escolha de ser feito filho de Deus, através do sangue derramado na cruz. Jesus foi o Emanuel, que significa Deus conosco, e Ele levou sobre si todas as nossas dores dos castigos consequentes do pecado, que se infiltrou através da desobediência no Éden. Em Jesus a humanidade tem a escolha de se tornar nova criatura, com vida eterna (física e espiritual), visto que, Ele se deu como cordeiro se oferecendo por amor para derramar o perdão sobre erros que não eram seus.
Esse é o Amor de Deus. Embora, através da desobediência, o homem permitiu que o pecado estragasse toda a perfeita criação, Ele está disposto a se reconciliar com a criatura. Deus não coloca duas árvores diante de nós, mas dois homens: Adão e Cristo. Devemos decidir com quem nos identificaremos. Num dos dois repousa nosso futuro eterno.
Adão e Eva não experimentaram uma forma superior de existência, mas vergonha e culpa. Isso não lhes proporcionou mais prazer, mas estragou o que antes experimentavam sem vergonha. Pior ainda, causou a queda de toda a raça humana. Os primeiros efeitos da queda são vistos no restante da Bíblia. Vemos as consequências daquele pecado ainda hoje, em nossas vidas e em nossa sociedade. A consequência do pecado é o julgamento agora e no futuro. Mas através de Jesus temos a chance de nos redimir diante do Criador e estabelecer uma intima comunhão com o Senhor de nossas vidas, não sendo obrigados a ficar sob o erro do Éden, pois nos foi dada a opção de arrependimento.

Em João 14 versículo 6, Jesus faz a declaração sobre essa redenção: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.”
Ao afirmar:
1.    “Eu sou o caminho”, Ele diz: O caminho do erro que Adão e Eva tomaram os levou à morte, mas Eu sou o caminho que os levará à Vida.

2.    “Eu sou a Verdade”: Satanás é o pai da mentira! Ele disse que o homem seria como Deus, mas Eva confessou: “A serpente me enganou e eu comi” (Gênesis 3.13), mas Jesus nunca mentira para nós. Ele é a Verdade de Deus, por isso Ele deseja “que todos os homens se salvem, e venham ao pleno conhecimento da verdade!" (1 Timóteo 2.4)  A Bíblia nos alerta: “O salário do pecado é a morte, mas dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 6.23)

3.    “Eu sou a Vida”: Em relação a isso Cristo deixou bem claro: “Eu vim para que tenham vida” (João 10.10). Após o pecado a humanidade ficou separada de Deus que é essência da Vida. Jesus vem para dar novamente Vida ao homem. "Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos dos séculos." (Tito 1.2).

4.    “Ninguém vem ao Pai senão por Mim”: Cristo é o único caminho de volta para Deus. Não há atalhos, pois somente através dEle foi nos dada a chance da reconciliação. É preciso somente confessá-lo como Salvador e crer que é Ele a encarnação do Amor de Deus. Em 1 João 4.9 também lemos: “Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu filho ao mundo, para que por ele vivamos.”

Essa é a história de amor que não começa com “Era uma vez” e termina com muito mais que um “Felizes para Sempre”. Nele nos é dada a promessa da eternidade com o Pai através de Jesus. A história escrita por um Rei e Pai que transformou as trevas em luz, criou animais e árvores com bons frutos, formou à Sua imagem e semelhança o homem – que fez dele o único ser com sua essência – e o pôs para viver nesse jardim. Esse homem peca contra Ele, ouve a voz do inimigo e ignora as bondades de Deus permitindo a degeneração de toda obra que Ele faz. Contudo, esse Deus lhe dá outra chance e envia seu único Filho por amor ao mundo que criou, mesmo não havendo nenhuma culpa pela destruição. Perdoou e sacrificou-se para reaver a comunhão com sua criação. Essa é a essência do Amor. Deus é o Amor e o Verbo, que se fez carne e sofreu as consequências do pecado que a criatura desobediente permitiu entrar no mundo. Esse é o Amor que nos satisfaz completamente que é maior do que tudo e supre nossas necessidades.
Mesmo com sua Glória e Majestade, o Senhor anseia manter a comunhão conosco, sua criação. Ele quer voltar a ser nosso amigo e suficiente para nossa vida. Seu anseio é nos proporcionar o melhor, da mesma forma que desejava no início.
Vamos voltar ao primeiro Amor e procurar, através de Jesus, nos achegar ao Pai na busca de um relacionamento íntimo de Pai e filho. Desta forma, colheremos os frutos espirituais dessa comunhão, quais sejam: Vida, paz, comunhão, fé, misericórdia, graça, força e toda a infinidade do Amor que é o nosso Deus.
Pare de buscar “histórias de amor” que não te completam e viva a história do Grande Amor que foi te dada, mesmo sem você fazer nada para merecer, e encontre nEle sua  essência.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna” (João 3:16)

Deus lhes abençoe,
Com gratidão
Oksana Tamyris.


Instagram: @oksanatamyris



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